3 livros para "arrumar tempo" e definir o que é prioridade
O tempo é o nosso bem mais justo e valioso. Justo porque o dia de todo mundo, sem exceções, tem as mesmas 24 horas. Valioso porque é o que fazemos com ele que determina a vida que temos. Mas, recentemente, o tempo ganhou outro adjetivo: precioso. O motivo é simples: geralmente temos mais tarefas do que horas na rotina.
Para mim, a maior lei do tempo é simples: a prioridade é quem o rege. Logo, não existe "falta de tempo", pois tudo é uma questão de prioridade. Se algo for importante pra mim, vou fazer de qualquer jeito, mesmo que precise "arrumar tempo". Ou você não abriria um espaço na sua agenda de hoje se a pessoa que mais ama sofresse um acidente?
Por isso, o maior desafio é organizar melhor o nosso tempo definindo aquilo que é prioridade. E, para isso, quero te indicar 3 livros que dão dicas preciosas para refletir, se inspirar e, principalmente, tomar atitudes para fazer com que o tempo seja aliado, não inimigo.
Princípio 80/20, de Richard Koch
É um clássico porque disseca a Lei de Pareto, cujo conceito mais importante é: 80% dos resultados vêm de 20% do que você faz. A grande sacada é encontrar quais são esses 20% que são responsáveis por aquilo que é primordial na nossa vida.
O livro é inspirador porque, além de explicar e validar esse conceito com exemplos reais, dá dicas práticas de como aplicá-lo. A dica mais importante é uma pergunta que qualquer um pode se fazer: hoje, qual é a restrição primordial que, se removida, me tornaria 5, 10, 20 vezes mais produtivo? Na maioria das vezes a gente sabe, mas nunca faz nada para tirá-la do caminho.
Outra parte que achei muito interessante é a tabela "tapa na cara" apresentada por Koch com os 10 piores usos do tempo. É muito difícil não encontrar pelo menos um dos itens que a gente não se pegue fazendo. Olha só:
E o livro ainda tem frases inspiradoras para a gente sair da inércia, como esta: "a felicidade que não for vivida hoje não leva à felicidade de amanhã".
Vai lá e faz!, de Tiago Mattos
O foco é para empreendedores, mas as ideias sobre tempo valem pra todos. Logo no início, o Tiago explica de forma muito simples que hoje não vivemos uma era de mudanças, mas sim uma mudança de era, em que a informação e a eficiência são peças-chave. E arremata: "depois que você abre os olhos para certas coisas, você não pode mais se omitir. Ou você age, ou vira cúmplice".
As dicas sobre tempo são bem distribuídas ao longo dos capítulos. Separei duas para exemplificar. A primeira é: "foque mais no seu potencial do que no seu histórico", uma lição que certamente traz embutida uma sugestão sobre como organizar melhor o que fazemos.
A segunda é uma analogia com o exercício físico. "Pessoas produtivas não nascem produtivas. Elas levam o cérebro para a academia diariamente". E isso consiste em tentar sair do fluxo da correria e parar para pensar antes de fazer. Planejar, por mais clichê que pareça, ainda é o melhor caminho para evitar jogar o nosso tempo pelo ralo.
Outra parte que me chamou a atenção foi quando ele explica a "Matriz de Eisenhower", usada pelo ex-presidente dos Estados Unidos para gerir o tempo. São quatro regrinhas: se for importante e urgente, faça agora; se for importante e não-urgente, defina quando fazer; se for urgente e não importante, delegue; se não for nem importante nem urgente, elimine.
Uma frase marcante deste livro, também, é a do F.M. Alexander: "As pessoas não decidem os seus futuros, elas decidem os seus hábitos. E os seus hábitos definem os seus futuros”.
Essencialismo, de Greg McKeown
O subtítulo deste livro é "a disciplinada busca por menos". Deu pra entender, né? A essência é a definição do que é prioridade. Tanto que o autor define os "essencialistas" como aqueles que trocam a pergunta "como fazer tudo?" por "que problema eu quero?". O conceito é deliberadamente perder para ganhar, agir em vez de esperar que alguém aja por ti.
Há várias táticas sobre como ser mais eficiente, como a "Regra dos 90%", pela qual a ideia é avaliar a escolha que precisa ser feita dando uma nota de 0 a 100. Se for menor do que 90, a opção deve ser rejeitada. Outra estratégia (mais extrema) é: "se não for um sim óbvio, então é um não óbvio". Difícil? Talvez, mas pode ser uma boa saída.
Assim como o Princípio 80/20, este livro reforça a importância de se identificar o principal obstáculo que impede a gente de alcançar o que quer (no caso, ser mais eficiente). E uma das sugestões é nos fazermos repetidamente a pergunta: "o que é importante agora?". Assim, evitamos perder tempo com o que não é prioridade e conseguimos manter o foco em fazer uma coisa de cada vez, em vez de viver "equilibrando pratos".
Dos três, este é o livro que mais recomendo se você quer começar a gerir melhor seu tempo e não sabe por onde começar. Afinal, o mantra dele é o que resume o propósito deste texto: "faça menos, porém melhor".